Governador afirma que exoneração de cabo da PM foi decisão administrativa e não teve relação com investigações.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), negou que a demissão do cabo PM Wailson Alesandro Medeiros Ramos, seu ex-segurança, tenha sido motivada por um possível vazamento da operação que resultou na prisão dele, de outros três policiais militares e do executor do assassinato do advogado Renato Gomes Nery. O crime ocorreu no dia 5 de julho de 2024, em frente ao escritório da vítima, em Cuiabá.
Mendes argumentou que a exoneração foi uma movimentação normal dentro da estrutura do governo, sem relação com a investigação da Polícia Civil.
“O que ocorreu foi exatamente o seguinte: a Polícia Civil investigou e descobriu. Cuidado com as informações que são vinculadas e não retratam a realidade e a verdade. As pessoas trabalham em diversos batalhões, trabalham no governo, trabalham na Casa Militar. Essas movimentações são feitas a critério do nosso Comando Geral e dos batalhões”, explicou o governador.
O governador afirmou que a Polícia Civil está apurando o nível de envolvimento dos policiais militares no crime, mas garantiu que não há interferência do governo na investigação.
“O governo nunca interfere nisso, e a Polícia Civil fez a operação e determinou os atos que são de conhecimento público. O governo jamais vai proteger qualquer servidor público, seja da segurança ou de qualquer outra área, que cometa qualquer tipo de crime”, ressaltou.
Mendes ainda comentou o fato de que a arma e a munição usadas na execução de Renato Nery pertenciam ao Estado, destacando que os responsáveis devem responder tanto administrativamente quanto na Justiça.
“Quem cometeu qualquer tipo de falha vai responder administrativamente e judicialmente”, afirmou.
Apesar de negar relação entre a exoneração de Wailson Alesandro Medeiros Ramos e a operação policial, o governo não publicou o ato de demissão no Diário Oficial do Estado logo após a dispensa.
Segundo a Casa Civil, o cabo solicitou o desligamento da segurança no dia 27 de fevereiro, mas devido ao período de Carnaval, sua exoneração foi oficializada apenas no dia 5 de março, um dia antes da deflagração da operação.
O caso segue sob investigação pela Polícia Civil, que apura a possível participação dos policiais militares no assassinato do advogado.