Cuiabá está entre as cinco capitais brasileiras com maior índice de cobertura vegetal em escolas, com 17% das instituições ainda sem áreas verdes em seus lotes. Além disso, apenas 14% das escolas estão afastadas de praças e parques, garantindo maior contato com a natureza para os estudantes. Esse dado contrasta com a realidade de muitas capitais do país, onde a falta de vegetação é um problema crescente.
Dados da pesquisa do Instituto Alana
Realizada em parceria com o MapBiomas e a Fiquem Sabendo, a pesquisa analisou 20.635 escolas públicas e privadas, revelando como desigualdades raciais, territoriais e socioeconômicas se conectam com questões climáticas e de acesso a áreas verdes.
- Racismo ambiental:
- 90% das escolas em áreas de risco estão próximas a favelas ou comunidades urbanas.
- 51% das escolas em áreas de risco têm maioria de alunos negros, contra apenas 4,7% em escolas com maioria de alunos brancos.
- 36% das escolas com maioria negra estão em territórios mais quentes, onde as temperaturas são até 3,57°C acima da média.
- Falta de áreas verdes:
- 43,5% das escolas de educação infantil não possuem vegetação.
- 20% das escolas em capitais não têm praças ou parques em um raio de 500 metros, afetando 1,5 milhão de alunos.
Escolas públicas e privadas
O levantamento desmistifica a percepção de que escolas particulares oferecem melhores condições de acesso à natureza. Apenas 9% das instituições privadas possuem mais de 30% de área verde em seus lotes, contra 31% das públicas.
Essa discrepância destaca a necessidade de aproveitar os equipamentos públicos como espaços estratégicos para promover o contato das crianças com a natureza.
Benefícios do contato com a natureza
Estudos comprovam que a convivência com áreas verdes melhora indicadores de saúde física e mental, como:
- Imunidade e memória;
- Sono e alívio do estresse;
- Capacidade de aprendizado e desenvolvimento motor.
Além disso, promove a educação ambiental e climática, essencial para o protagonismo das crianças em um mundo em transformação.
Soluções sugeridas pelo Instituto Alana
Para enfrentar os desafios climáticos e a falta de acesso à natureza, o Instituto Alana propõe:
- Jardins de chuva e restauração da vegetação nativa;
- Compostagem e captação de água para combater enchentes e equilibrar o calor;
- Políticas que integrem toda a comunidade escolar na transformação dos ambientes.
Maria Isabel Amando de Barros, do Instituto Alana, reforça a importância de tornar as escolas polos de sustentabilidade e aprendizado ambiental:
“Ter a natureza como centralidade nas escolas é essencial para formar cidadãos que participem da transição verde de nossas sociedades.”
Sobre o Instituto Alana
O Alana atua como um ecossistema de impacto socioambiental, promovendo direitos das crianças e objetivos de desenvolvimento sustentável. Por meio de ciência, educação e advocacy, busca construir um mundo mais justo, inclusivo e sustentável.