Estrutura temporária promete alívio após cinco meses de trabalho improvisado na rua, mas críticas à administração persistem.
Após cinco meses de trabalho em tendas improvisadas na avenida Carmindo de Campos, os comerciantes do Shopping Popular de Cuiabá começaram a operar na estrutura provisória instalada após o incêndio que destruiu o antigo prédio em julho. A nova instalação, composta por 216 contêineres que abrigam 600 lojistas, deve ser oficialmente inaugurada neste sábado (14), segundo Misael Galvão, presidente da Associação dos Camelôs de Cuiabá.
Um espaço mais adequado, mas longe do ideal
Apesar do avanço, muitos comerciantes expressaram insatisfação. O vendedor Mariano Raphael, que trabalha no local há nove anos, reconheceu que a estrutura provisória é melhor do que a situação de rua, mas criticou o ambiente para o pico de vendas de dezembro:
“É satisfatório para quem não tem nada. Para o que era antes, não dá para comparar. Dezembro é muito movimentado para esse pequeno espaço.”
A falta de comunicação clara entre a associação e os lojistas também é alvo de reclamações. Questionamentos sobre a destinação das taxas cobradas, que chegam a cerca de R$ 1.500 por loja, e a ausência de prestação de contas foram levantados por comerciantes como Mariano e Midian Oliveira.
Problemas anteriores e futuro incerto
O incêndio no Shopping Popular foi causado por um superaquecimento elétrico, segundo a Politec, e revelou fragilidades na antiga estrutura, já deteriorada pela falta de manutenção. A inexistência de seguro sobre o prédio foi outro ponto destacado pelos lojistas, como Midian:
“É muito dinheiro que rola aqui. A taxa é caríssima. Cadê o seguro do shopping? Eu achava que o shopping tinha seguro.”
Enquanto isso, a linha de crédito de R$ 10 milhões, anunciada em julho pelo prefeito Emanuel Pinheiro, segue sem informações detalhadas sobre como os lojistas poderão acessar os recursos.
