Operação Follow the Money 2 descapitaliza facção criminosa; imóveis e veículos também foram sequestrados.
A Polícia Civil revelou que a Drogaria Bem Popular Brasil, localizada no bairro Tijucal, em Cuiabá, foi usada como fachada para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Durante a investigação da Operação Follow the Money 2, foi constatado que a farmácia movimentou R$ 9 milhões entre 2022 e 2024, em transações que simulavam legalidade para recursos ilícitos oriundos de uma facção criminosa de Sinop, no norte de Mato Grosso.
As investigações apontaram que a farmácia mantinha movimentações financeiras suspeitas, com entradas e saídas de capital semelhantes, configurando lavagem de dinheiro. O estabelecimento já havia sido alvo da primeira fase da operação, quando suas atividades foram suspensas e medicamentos avaliados em R$ 190 mil foram doados à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá.
Nesta segunda fase, a proprietária da farmácia foi presa por ordem da 5ª Vara Criminal de Sinop. Ela já havia sido investigada na primeira etapa da operação, mas estava em liberdade provisória.
Esquema de lavagem liderado por facção criminosa
Além da proprietária, a operação prendeu o irmão e a cunhada do líder da facção criminosa, que está preso em uma penitenciária estadual. Segundo a Polícia Civil, o casal recebia ordens diretamente da unidade prisional e realizava negócios em nome de “laranjas”, como a compra de imóveis, para mascarar a origem do dinheiro obtido com o tráfico de drogas.
Na segunda fase, 11 imóveis adquiridos com recursos ilícitos foram sequestrados, incluindo quitinetes, casas em construção, uma chácara em Sinop e dois imóveis em Altamira, no Pará. Também foram confiscados veículos e cotas sociais de empresas, totalizando 20 mandados judiciais cumpridos em Sinop, Cuiabá e Altamira.
Raízes do esquema: a primeira fase da operação
De acordo com o delegado Victor Hugo Caetano, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Sinop, o esquema foi desvendado a partir da apreensão de 400 tabletes de maconha há dois anos. Na ocasião, a polícia revelou uma rede de lavagem de dinheiro sustentada pelo tráfico de drogas, envolvendo empresas fantasmas e negócios reais para dar aparência legal aos recursos.
Na primeira fase da Operação Follow the Money, foram bloqueadas 17 contas bancárias, sequestrados sete veículos e fechada a farmácia em Cuiabá. A operação também mostrou que os valores movimentados eram usados para financiar o luxo e a ostentação de familiares de líderes da facção criminosa.
A Operação Follow the Money 2 reforça os esforços da Polícia Civil para desarticular o aparato financeiro do crime organizado, atacando diretamente as estruturas que sustentam o tráfico de drogas em Mato Grosso e outras regiões.