Justiça revoga prisão de diretor do Hospital; gestor usará tornozeleira eletrônica

Operação Panaceia apura desvio de R$ 55 milhões do SUS; depoimentos revelam disputas políticas e falhas nos processos de contratação.

A Justiça Federal de Cáceres determinou a soltura de Onair Nogueira, diretor do Hospital Regional de Cáceres, preso na semana passada durante a Operação Panaceia. A operação investiga desvios milionários de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente durante a pandemia de covid-19. Onair agora será monitorado por tornozeleira eletrônica e estará sujeito a outras medidas cautelares.

A decisão ocorreu na noite de segunda-feira (9), após o depoimento de Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, ex-secretária-adjunta de Unidades Especializadas da Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT). Caroline apontou que os contratos investigados eram todos assinados pelo então secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.

Esquema milionário e irregularidades

A Polícia Federal identificou que a empresa supostamente envolvida no esquema recebeu R$ 55 milhões até agosto deste ano. Apesar de alertas prévios da Procuradoria Geral do Estado (PGE) sobre irregularidades, as contratações prosseguiram. Além de busca e apreensão, Onair Nogueira e Caroline Neves tiveram R$ 5,5 milhões bloqueados e foram afastados de seus cargos.

Depoimentos expõem tensão política

Em depoimento voluntário por videoconferência, Caroline Neves afirmou que não participava diretamente de processos licitatórios ou levantamento de preços. Segundo ela, as demandas eram encaminhadas para a Secretaria Adjunta de Aquisição e Finanças, e a decisão final cabia ao secretário de Saúde.

Caroline também revelou que recebeu uma ligação do atual secretário de Saúde na última sexta-feira (6), pedindo que renunciasse ao cargo devido ao desgaste político causado pelo caso. No mesmo dia, sua exoneração foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial do Estado.

Investigações continuam

A Operação Panaceia segue apurando os desdobramentos do esquema, que envolveu 13 alvos e pode ter causado prejuízos significativos ao sistema público de saúde. A PF mantém foco na análise dos contratos e na responsabilização dos envolvidos.

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Redação MT Política

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