Caroline Campos, investigada na Operação Panaceia, já havia sido alvo de outra investigação por desvio de R$ 43 milhões.
A secretária adjunta de Unidades Especializadas da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, foi afastada do cargo nesta sexta-feira (6) por determinação judicial. A medida foi tomada no âmbito da Operação Panaceia, da Polícia Federal (PF), que investiga fraudes em contratos do Hospital Regional de Cáceres.
Operação Panaceia: novas suspeitas de irregularidades
A operação apura um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo servidores e empresários durante a pandemia de COVID-19. Auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) apontaram direcionamento de contratos a um grupo de empresas com vínculos entre os sócios, prejudicando a concorrência e violando pareceres da Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, uma prisão temporária e o afastamento de dois servidores públicos, além do bloqueio de R$ 5,5 milhões em bens.
Caroline Campos: trajetória e polêmicas
Conhecida como a “Mulher da SES”, Caroline já havia sido alvo da Operação Espelhos, que investigava sua participação em um esquema de sobrepreço em licitações durante a pandemia, totalizando R$ 43 milhões. À época, ela foi acusada de favorecer empresas ligadas ao grupo criminoso, mesmo contrariando pareceres da PGE.
Embora tenha sido denunciada por associação criminosa, a Justiça rejeitou as acusações duas vezes por falta de provas que confirmassem sua atuação direta no esquema.
SES-MT e impacto na saúde pública
A SES-MT afirmou, em nota, que não foi oficialmente notificada do processo, mas que está à disposição das autoridades e tomará as medidas cabíveis. O Hospital Regional de Cáceres, foco da investigação, é referência para 23 municípios e atende cerca de 400 mil habitantes, sendo um dos pilares do sistema de saúde estadual.