Investigação da Polícia Civil revela compra de imóvel de R$ 1 milhão com recursos do tráfico de drogas; 19 mandados judiciais são cumpridos.
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou a Operação Fair Play na última quarta-feira (27), com o objetivo de desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro vinculado a uma facção criminosa. Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e 8 de prisão, com ações realizadas em dois estados do País.
A investigação apurou que integrantes do grupo criminoso usaram empresas de fachada e pessoas físicas para movimentar o pagamento de um apartamento, avaliado em R$ 1 milhão, na cidade de Itapema, em Santa Catarina. O imóvel foi adquirido no ano passado, com o pagamento finalizado neste ano, e utilizado por Paulo Witer Faria Paelo, um dos líderes da facção. Ele era frequentador do local, onde passava temporadas com comparsas, em viagens de férias e datas comemorativas.
A Polícia Civil identificou que o apartamento foi comprado com recursos provenientes do tráfico de drogas, sendo usado para lavar o dinheiro ilícito do tráfico. Durante as buscas em Cuiabá, foram apreendidos três veículos de luxo dos investigados, incluindo modelos Jeep Renegade, VW Nivus e Nissan.
Além disso, 11 contas bancárias de pessoas físicas e duas de pessoas jurídicas foram bloqueadas, e a atividade econômica de duas empresas usadas para a lavagem de dinheiro foi suspensa. O apartamento em Itapema foi alvo de bloqueio judicial, com a apreensão de objetos encontrados no local.
A operação é um desdobramento da Operação Apito Final, deflagrada em abril deste ano, que investigava o tesoureiro de uma facção criminosa. Paulo Witer, líder do esquema, é o principal alvo de ambas as operações, e outros envolvidos, incluindo um advogado e um ex-assessor da Câmara de Vereadores de Cuiabá, foram identificados.
A operação é parte da estratégia da Polícia Civil para enfraquecer as facções criminosas no estado, focando na asfixia financeira dessas organizações, com o objetivo de descapitalizá-las e combater o crime organizado.
“O foco da GCCO é enfraquecer financeiramente essas facções, uma estratégia que tem gerado resultados efetivos na repressão ao crime organizado em Mato Grosso”, destacou o delegado Gustavo Belão, titular da GCCO.