Investigação aponta Alessandro Macaubas como um dos líderes do esquema de corrupção no órgão.
O diretor comercial do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG), Alessandro Macaubas Leite de Campos, foi preso na manhã desta sexta-feira (20) durante a Operação Gota d’Água, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR). A ação foi realizada em sua residência no bairro Costa Verde, em Várzea Grande, onde Alessandro precisou ser algemado por estar alterado, supostamente sob o efeito de álcool e drogas, conforme informado pela Polícia Civil.
As investigações revelaram que Alessandro é um dos principais articuladores do esquema de corrupção que operava dentro do DAE. A operação, que já está em sua segunda fase, cumpriu 123 mandados judiciais, incluindo prisões preventivas, busca e apreensão, além de sequestro de bens e bloqueio de valores.
Durante o cumprimento dos mandados, Alessandro se mostrou exaltado, o que levou os policiais a algemá-lo. Ao ser questionado, ele confirmou o uso de substâncias ilícitas. Após a prisão, o diretor foi encaminhado para exames de corpo de delito e será apresentado à Justiça em audiência de custódia.
As investigações apontam que servidores do DAE cobravam propina para realizar serviços que deveriam ser gratuitos aos consumidores. Auditorias revelaram fraudes que envolvem a exclusão de débitos e a redução de valores de faturas mediante pagamentos ilegais. Estima-se que, desde 2019, o prejuízo causado à autarquia ultrapasse R$ 11,3 milhões.
Além disso, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em residências de servidores e ordens de afastamento de 15 funcionários da Diretoria Comercial do DAE, um servidor da Câmara Municipal e um colaborador de uma empresa terceirizada. Um vereador de Várzea Grande também foi preso, acusado de exercer pressão política para beneficiar o esquema.
De acordo com a DECCOR, a Diretoria Comercial do DAE estava completamente aparelhada para explorar politicamente o sistema de saneamento do município. O vereador envolvido, um dos líderes do grupo, utilizava a influência política para favorecer a campanha de reeleição, com uso indevido da estrutura pública.
A Operação Gota d’Água continua em andamento, com a expectativa de mais revelações e desdobramentos nos próximos dias.