Líder do Estado atribui a responsabilidade à fraqueza legislativa e pede reformas no Código Penal para combater o crime.
O governador Mauro Mendes (União) voltou a manifestar seu repúdio e indignação em relação à execução das irmãs Rayane e Rithiele Porto, ocorrida no último sábado (14). Em declarações recentes, Mendes classificou o crime como um “absurdo” e criticou a eficácia das leis brasileiras no combate ao crime organizado.
Durante a entrevista à imprensa, Mendes expressou sua frustração com o cenário atual de violência e a influência das facções criminosas. “As pessoas fazem um sinal de brincadeira, de repente um bandido manda matar”, afirmou o governador, destacando a brutalidade do crime.
O governador direcionou suas críticas ao Congresso Nacional, afirmando que a culpa pela situação recai sobre a falta de rigor nas leis. Segundo ele, “as nossas leis frouxas estão permitindo isso” e isso está amedrontando a sociedade. Mendes também mencionou que há uma falta de seriedade por parte de alguns políticos em Brasília, que, segundo ele, parecem não estar cientes da gravidade da situação.
Mendes enfatizou que a mudança na legislação depende do Congresso Nacional e não é de sua competência direta como governador. “Não cabe a mim, governador, fazer lei. Cabe a mim executar as ações do Poder Executivo. Quem faz lei é o Legislativo e quem faz cumprir essas leis é o Judiciário Brasileiro”, explicou.
O governador fez um apelo para uma revisão do Código Penal de 1940, afirmando que as emendas feitas ao longo dos anos estão “muito distantes de serem instrumento adequado para combater o crime neste país”. Essa revisão, segundo Mendes, é essencial para enfrentar efetivamente o crime organizado e suas ramificações.
Rayane, candidata a vereadora, e sua irmã foram assassinadas a mando de uma liderança do Comando Vermelho, que está presa na Penitenciária Central do Estado (PCE). O motivo para o crime foi uma foto postada pelas vítimas, onde faziam o número três com as mãos, o que foi interpretado como um sinal de apoio à facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O caso traz à tona a questão da violência imposta pelas facções criminosas e a necessidade urgente de reforçar as medidas legais e institucionais para coibir essas práticas. A declaração de Mendes reflete a crescente pressão sobre os legisladores para endurecer as leis e enfrentar o crime organizado com mais eficácia.