Governador admite falha no sistema prisional após preso ordenar execução de irmãs

Mauro Mendes aponta lacunas na segurança da Penitenciária Central e critica frouxidão das leis penais no Brasil.

Nesta quarta-feira (18), o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), reconheceu falhas no sistema prisional da Penitenciária Central do Estado (PCE) que permitiram que um detento comandasse e assistisse à execução brutal das irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, e Rithiele Alves Porto, de 28 anos. O crime, ocorrido em Porto Esperidião, no último sábado (14), foi orquestrado de dentro da prisão, onde o suspeito estava detido.

Durante entrevista coletiva, o governador foi questionado sobre o uso de celulares dentro da PCE e não hesitou em admitir o erro, garantindo que a polícia já está investigando o caso. “Com certeza houve falha, e está sendo investigado de forma dura”, afirmou Mauro Mendes.

O preso, suspeito de ordenar as mortes das irmãs, foi isolado na penitenciária na última segunda-feira (16), e um procedimento interno foi instaurado para apurar como ele conseguiu acesso ao telefone celular dentro da prisão.

Críticas à segurança e às leis penais

Mendes também abordou o aumento da criminalidade no Brasil, destacando que o problema da violência não se restringe a Mato Grosso. “Nós temos índices maiores de violência do que alguns estados e menores que outros. Na média, o crime no Brasil continua crescendo muito”, afirmou o governador, enfatizando que as leis são permissivas para muitos tipos de crimes no país.

O chefe do Executivo estadual se mostrou indignado com a situação atual, criticando o medo generalizado da população em realizar simples gestos por temor de retaliação de facções criminosas. “As pessoas fazem um sinal de brincadeira, e um bandido manda matar porque é um gesto de facção rival. Isso é um absurdo. Tem gente em Brasília brincando com essa situação, achando que nada está acontecendo”, desabafou.

Mauro Mendes também defendeu uma revisão urgente do Código Penal Brasileiro, que, segundo ele, não está preparado para enfrentar a realidade da criminalidade moderna. “O Código Penal de 1940 está muito distante de ser um instrumento adequado para combater a atual realidade do crime no país. Vamos esperar virar um país do narcotráfico para que algo seja feito?”, questionou o governador.

O crime brutal em Porto Esperidião

O crime que chocou a cidade de Porto Esperidião e repercutiu por todo o estado teve início em uma festa onde as irmãs Rayane e Rithiele, juntamente com dois rapazes, foram rendidas por criminosos. As vítimas foram levadas para uma casa, onde as irmãs foram torturadas e assassinadas com facadas. Um dos rapazes teve a orelha e parte de um dedo cortados durante a tortura, enquanto o outro conseguiu escapar e pedir socorro.

De acordo com as investigações, as irmãs teriam sido mortas por terem tirado uma foto fazendo um gesto supostamente ligado a uma facção rival. Até o momento, cerca de 12 pessoas, entre adultos e menores de idade, já foram presos ou apreendidos por envolvimento no crime.

O caso reforça o debate sobre a necessidade de maior controle no sistema prisional e a revisão das leis penais no Brasil, que, segundo o governador, estão “frouxas demais” para lidar com a atual realidade do crime organizado no país.

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Redação MT Política

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