Em entrevista, governador afirma que apenas 1,1% dos focos de incêndio em Mato Grosso estão em áreas produtivas e critica leis ambientais do Brasil.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), classificou como “burrice” a ideia de que produtores rurais estariam colocando fogo em suas próprias propriedades, em resposta à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que apresentou dados indicando que 90% dos incêndios no Brasil ocorrem em áreas privadas. A declaração foi dada durante uma entrevista na manhã desta segunda-feira (16).
“Essa história é uma lenda que se inventou. Aqui, em Mato Grosso, 1,1% dos focos de incêndio estão em áreas produtivas, 4,7% em áreas de conservação, 5,2% em terras indígenas e 6,5% em assentamentos”, argumentou Mendes, criticando a percepção de que os próprios agricultores seriam responsáveis pelos incêndios. Ele explicou que, após a colheita, os restos de plantação – a “palhada” – são essenciais para a próxima safra, reforçando a improcedência da acusação.
Além de rebater os dados da ministra, o governador voltou a criticar as leis ambientais brasileiras, alegando que o desmatamento ilegal persiste devido à fraqueza das punições previstas em lei. “O desmatamento ilegal só acontece muitas vezes porque a lei é frouxa”, destacou Mendes. Ele afirmou que já sugeriu à ministra Marina Silva a adoção de medidas mais severas, incluindo a criminalização do desmatamento ilegal com a perda da posse da terra, mas disse que a proposta não teve avanços.
“Eu já disse para ela muitas vezes, e tenho que concordar com a ministra que a lei é frouxa. Eu gostaria muito que ela, como grande líder ambientalista, embarcasse nessa proposta”, afirmou o governador.
A fala de Mendes reforça seu discurso de que a aplicação de leis mais rígidas seria a solução para controlar o desmatamento e os incêndios ilegais, em uma crítica contínua à falta de ações mais drásticas por parte das autoridades federais.