Leilões de imóveis da Caixa: oportunidade ou armadilha?

Especialista alerta para pegadinhas e cuidados ao comprar imóveis em leilão.

Os leilões de bens móveis e imóveis têm se tornado uma alternativa popular para quem busca realizar o sonho da casa própria ou investir. Entre as opções, os leilões da Caixa Econômica Federal (CEF) se destacam como uma das opções mais acessíveis. No entanto, apesar dos preços competitivos, existem armadilhas que podem transformar o sonho em pesadelo.

Segundo o advogado Antonio Carlos Tavares Mello, especialista em leilões, é essencial que o comprador esteja ciente das regras e condições antes de arrematar um imóvel. “A Caixa é o maior agente financeiro do Brasil e, por isso, oferece a maior quantidade de imóveis. No entanto, o comprador precisa estar atento aos detalhes”, afirma o advogado.

Pegadinhas no processo

De acordo com Mello, uma das principais armadilhas está na comissão do leiloeiro, que pode surpreender os desavisados. “Se você for o vencedor, além do valor ofertado, é preciso pagar a comissão do leiloeiro, que gira em torno de 5%. Esse custo não está incluso no valor do imóvel”, alerta. Outro ponto é que, em muitos casos, o imóvel pode ter dívidas de condomínio ou IPTU em atraso, que serão de responsabilidade do comprador.

Além disso, a condição do imóvel nem sempre é clara. Em alguns casos, o bem pode estar ocupado, e o novo proprietário terá que lidar com a desocupação por vias legais, o que gera gastos adicionais com advogados e processos judiciais. “Se o imóvel estiver ocupado, você pode ter que mover uma ação de imissão de posse, o que pode gerar custos extras”, explica Mello.

Cuidados necessários

O especialista recomenda que os interessados em leilões leiam com atenção os editais, pois é ali que estão descritas todas as condições do leilão e do imóvel. “É fundamental conhecer o mínimo das regras, que estão no edital. O comprador precisa saber o que está assumindo, como possíveis débitos pendentes e o estado de conservação do imóvel”, orienta.

Outro cuidado é não gastar todo o dinheiro no lance. “Você vai precisar de recursos adicionais para cobrir despesas como IPTU, condomínio e possíveis reparos no imóvel”, adverte o advogado. Ele sugere que iniciantes busquem imóveis em sua região para facilitar a visitação e negociação com eventuais ocupantes.

Usucapião não é um risco comum

Mello também tranquiliza os compradores quanto à possibilidade de usucapião. “Em leilões, o credor já tomou as providências legais antes de chegar à venda. Quem está no imóvel não tem direito possessório, então o usucapião raramente é um problema nesses casos”, conclui.

A principal dica para quem deseja ingressar nesse mercado é: leia o edital, entenda as regras ou contrate um profissional especializado para orientar a compra. Assim, é possível minimizar os riscos e garantir um bom negócio.

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Roselaine dos Anjos

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