Investigações avançam com prisões e apreensões em São Paulo; crimes incluem ação em Confresa (MT) e têm raízes no terror social provocado por organizações criminosas.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) da capital, desencadearam nesta terça-feira (10) a segunda fase da Operação Baal. O objetivo é aprofundar a repressão a uma organização criminosa especializada em “domínio de cidade” e “novo cangaço”, modalidades de roubo marcadas pela extrema violência e pela intimidação social. Uma das ações do grupo ocorreu em Confresa, Mato Grosso, em 2023, a 1.160 km de Cuiabá.
A operação desta manhã visou cumprir mandados de busca e apreensão, além de efetuar prisões de indivíduos ligados a esse esquema criminoso. De acordo com informações fornecidas pelas autoridades, esses crimes representam uma forma de conflito não convencional, caracterizada pela evolução dos crimes violentos contra o patrimônio, onde grupos organizados impedem a intervenção do poder público e causam verdadeiro terror nas localidades atacadas.
A Justiça, atendendo a um pedido do Ministério Público, decretou a prisão preventiva de três novos investigados. Entre eles está um integrante de facção criminosa que conseguiu se manter foragido por quase duas décadas, desde 2005, sendo finalmente capturado em 2024 durante outra operação conduzida pelo GAECO de Campinas, São Paulo. Na ocasião, foram apreendidas armas de fogo, munições, roupas camufladas e diversos itens usados em crimes de alta violência.
Durante a primeira fase da Operação Baal, realizada em maio deste ano, o MP-SP denunciou dezoito pessoas. Essas denúncias foram aceitas pelo magistrado, tornando os acusados réus. Se condenados, cada um deverá pagar R$ 5 milhões em indenização por danos morais à coletividade.
A investigação que culminou na segunda fase da Operação Baal começou após a tentativa de roubo a uma base de valores em abril de 2023, na cidade de Confresa, MT. Durante o confronto com as forças de segurança, vários criminosos foram mortos ou presos, incluindo um integrante da facção que residia em São Paulo. As evidências colhidas na operação revelaram que membros do grupo criminoso estavam recebendo treinamento de tiro, ministrado por um CAC (Colecionador, Atirador e Caçador).
Foram cumpridos, nesta terça-feira, dois mandados de busca e apreensão domiciliar e três mandados de prisão preventiva, todos em São Paulo e na cidade de Buri, interior paulista. A Operação Baal continua como um esforço conjunto das autoridades para desmantelar essas redes criminosas que desafiam o Estado e aterrorizam comunidades inteiras.