Gabriela da Silva Pereira, de 16 anos, foi torturada e assassinada após desavenças com o Comando Vermelho. Caso choca e expõe o poder do crime organizado na região.
O corpo da adolescente Gabriela da Silva Pereira, de 16 anos, foi encontrado na manhã desta segunda-feira (2) em Cáceres, a 225 km ao oeste de Cuiabá. Gabriela foi brutalmente assassinada após fazer uma live nas redes sociais criticando a qualidade da maconha vendida pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) e por postar fotos fazendo o sinal de ‘3’ com os dedos, símbolo do grupo rival Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Polícia Civil agiu rapidamente após o registro da ocorrência, e três suspeitos foram detidos: dois jovens, de 20 e 24 anos, e um adolescente de 16 anos. Segundo as investigações, Gabriela foi amarrada, torturada e morta por ordem de integrantes do CV que acreditavam que ela fazia parte do PCC.
Um dos envolvidos, de 20 anos, foi preso em uma casa no loteamento Jardim Primavera, onde foram encontradas manchas vermelhas suspeitas de serem sangue. No quintal, os policiais ainda flagraram roupas e objetos pessoais sendo queimados. Ele confessou o crime e delatou os outros dois suspeitos.
O segundo envolvido, de 16 anos, foi apreendido enquanto trabalhava, e o terceiro, de 24 anos, foi preso em sua residência. Este último também confessou sua participação no assassinato, reforçando a motivação: a suspeita de que Gabriela fazia parte do PCC e por sua recente crítica à qualidade da maconha do CV em uma transmissão ao vivo.
De acordo com o relato dos suspeitos, no dia do crime, Gabriela e uma amiga, também de 16 anos, foram feitas reféns. Enquanto Gabriela foi levada e executada, sua amiga foi liberada e posteriormente confirmou o sequestro e o assassinato aos investigadores. Gabriela foi levada de moto por dois dos suspeitos e, logo após, foi morta. Seu corpo foi encontrado desfigurado às margens de uma estrada, próximo a uma cerca.