Declarações do ex-chefe da Casa Civil sobre candidatura ao governo de 2026 geram reações no cenário político de Mato Grosso; União Brasil se posiciona contra especulações antecipadas.
O clima esquentou no cenário político de Mato Grosso após declarações consideradas “inoportunas, impróprias e indelicadas” pelo deputado estadual Júlio Campos (União). O alvo das críticas foi o ex-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho (PRD), que comentou sobre a sucessão ao governo do Estado em 2026, sugerindo o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) como o “candidato” do grupo governista. A reação de Campos não tardou.
“Foi uma posição do Mauro Carvalho e de seu pequeno partido, o PRD. Infelizmente, foi uma palavra em um momento impróprio, desconexa com a realidade política de Mato Grosso. Como impor uma candidatura de um processo que vai ser daqui a 2 anos? Ninguém sabe quem vai estar vivo até lá. Falhou muito”, criticou Júlio Campos nesta quarta-feira (28), manifestando seu descontentamento publicamente.
Antes de levar sua posição à imprensa, o deputado fez questão de deixar sua insatisfação clara nas redes sociais de Mauro Carvalho, que atualmente preside o Partido Renovação Democrática (PRD) em Mato Grosso. A atitude de Carvalho, de antecipar debates sobre uma candidatura que ainda está a dois anos de distância, tocou em um ponto sensível para Júlio Campos e outros líderes do União Brasil.
O pano de fundo deste embate pode estar relacionado à possível candidatura do irmão de Júlio, o senador Jayme Campos, para o governo na próxima eleição estadual. A antecipação de um nome pelo PRD parece ter acendido o estopim entre os partidos.
“Nós não fomos ouvidos. Ele está falando pelo União Brasil. Ele não é do partido, o nosso pensamento não coaduna com o PRD em termos de 2026. Temos a pretensão de candidato próprio a governador, senador, Câmara e Assembleia. Não vamos ser dirigidos por outros partidos, ele foi muito infeliz”, concluiu Júlio Campos, ressaltando a autonomia de seu partido.
Enquanto isso, o governo do Estado mantém o foco em outras questões, como a recente criação de um Grupo de Trabalho para enviar os vagões do VLT para a Bahia, uma medida que também está gerando debates e reações variadas na esfera política. A disputa de 2026 já começou a causar divisões e a mostrar que o caminho até lá será marcado por intensas negociações e possíveis alianças.