Vítima combatia incêndios na região da Terra Indígena Capoto/Jarina, a 692 km de Cuiabá, quando desapareceu no domingo.
O corpo de um brigadista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que combatia incêndios na Amazônia, foi encontrado carbonizado nesta segunda-feira (26) na região da Terra Indígena Capoto/Jarina, localizada no Parque Nacional do Xingu, a 692 km de Cuiabá. A identidade da vítima não foi divulgada.
Segundo informações do Ibama, o trabalhador desapareceu por volta das 11h do domingo (25) durante as operações de combate ao fogo que se alastrou no território indígena. Desde então, ele não foi mais visto.
O Instituto Raoni, que acompanha a situação na terra indígena, informou que os incêndios na região se intensificaram nos últimos 10 dias. A área afetada abrange cerca de 635 mil hectares, uma extensão maior que a do Distrito Federal. Atualmente, 42 brigadistas, incluindo indígenas voluntários, estão atuando no combate ao fogo.
Imagens divulgadas pelo Instituto Raoni mostram a região coberta por chamas, com o céu tomado pela fumaça. Em um vídeo, Megaron Txucarramãe, sobrinho do Cacique Raoni, faz um apelo desesperado por ajuda, pedindo a intervenção de aviões para controlar o incêndio.
Este é o segundo caso de morte de brigadistas em Mato Grosso este mês. Três dias antes, um funcionário de uma fazenda morreu enquanto combatia um incêndio em um canavial próximo à BR-163, em Itiquira, a 359 km de Cuiabá. O trabalhador, Paulo Henrique Pereira Souza, foi atingido pelas chamas ao tentar escapar do fogo.
Os incêndios florestais têm sido agravados pela estiagem severa e pela baixa umidade do ar na região. As autoridades reforçam a necessidade de respeito ao período proibitivo para o uso do fogo, conforme determinado pela Lei 9.605, que prevê multas pesadas para infrações ambientais.
O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso alertou para as condições favoráveis ao surgimento de incêndios, que têm devastado grandes áreas do estado. Até o momento, as multas aplicadas por uso irregular do fogo já somam R$ 40,5 milhões somente no primeiro semestre de 2024.