Decisão do presidente estadual do PL gerou descontentamento e ameaça ao apoio do partido nas eleições de 2024.
A direção municipal do Partido Liberal (PL) em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, entrou com uma ação judicial para recriar seu diretório, que foi recentemente destituído pelo presidente estadual da legenda, Ananias Filho. O advogado Daniel Melo, responsável pela ação, argumenta que a destituição foi feita de maneira arbitrária e ilegal, sem comunicação adequada aos membros e justo antes da Convenção Partidária.
No documento judicial, Melo afirma que a destituição das comissões provisórias municipais foi realizada na véspera da convenção, prejudicando os interesses do partido e dos candidatos. “A ilegalidade da destituição das comissões provisórias municipais foi exponencialmente agravada pelo fato de ter sido realizada na data da convenção”, ressalta o advogado.
O contexto político local revela que a destituição afetou diretamente a candidatura de Gerson Bicego, vice-prefeito e pré-candidato do PL à sucessão municipal. A mudança imposta por Ananias Filho, que substituiu a diretoria municipal presidida por Claudio Cezar Oliveira e colocou o partido na coligação com o MDB, impactou significativamente o cenário eleitoral. A legenda, agora alinhada com Damiani da TV do MDB, enfrenta resistência interna, com filiados questionando a decisão e temendo a influência na escolha de seus candidatos e alianças eleitorais.
Além da recriação do diretório municipal, a ação judicial requer a anulação da ata que formalizou o apoio ao candidato do MDB. Caso a justiça acate o pedido, o PL de Sorriso pode optar por se alinhar com o União Brasil, cujo candidato é Alei Fernandes, em vez de continuar na coligação com o MDB.
