Madalena Gonçalves, que entregou o filho para adoção em 1991, faz apelo para reencontrar Fabrício, agora com 33 anos.
Em maio de 1991, Madalena Gonçalves, então com apenas 14 anos, deu à luz ao filho Fabrício na Santa Casa da Misericórdia em Rondonópolis, a 212 km de Cuiabá. Sem as condições financeiras e emocionais necessárias para criar a criança, Madalena entregou o menino para adoção com apenas três meses de vida. Hoje, com 49 anos, ela vive o sonho de reencontrar seu filho e preencher o vazio que carrega no coração.
Na época, Madalena enfrentava uma vida de dificuldades extremas. Após a separação dos pais, ela morava com a mãe em um barraco cedido por uma vizinha. A gravidez aconteceu em um período de muita incerteza e falta de suporte médico.
“Com 14 anos, engravidei. Minha gravidez foi sem acompanhamento médico e minha vida era andar pelas ruas da cidade. Eu comia na casa de conhecidos e à noite dormia com minha mãe. Tive meu filho com muitas dificuldades,” relatou Madalena, em um momento de profunda reflexão.
Para sustentar a si mesma e ao bebê, ela começou a trabalhar como doméstica em uma casa. O pequeno Fabrício a acompanhava, mas sua saúde precária e o choro constante do bebê complicavam ainda mais a situação.
“Trabalhei para uma família que era boa, mas meu filho estava sempre doente. Às vezes, eu não conseguia realizar minhas tarefas. Minha patroa, preocupada com a situação, sugeriu a adoção,” explicou Madalena.
Com o acompanhamento de uma assistente social, foi organizada a adoção de Fabrício. A escolha foi difícil, mas a única alternativa para garantir uma vida melhor para a criança.
Décadas se passaram, e Madalena nunca deixou de pensar em seu filho. Mesmo após todos esses anos, sua busca pelo reencontro continua, não para alterar o passado, mas para encontrar paz e expressar seu arrependimento.
“Tenho um sentimento de dor, revolta e culpa. É difícil viver com isso. Venho há anos procurando por ele e não desistirei, independentemente da resposta dele. Meu sonho é vê-lo e pedir perdão. Se alguém souber de alguma história daquela época, por favor, me ajudem. Que Deus toque o coração das pessoas para que eu possa finalmente encontrá-lo,” apela Madalena.
Seu apelo ressoa como um testemunho de amor e arrependimento, um esforço desesperado para fechar um capítulo doloroso de sua vida. O desejo de Madalena é simples: um encontro com seu filho para aplacar o sofrimento e encontrar paz.