Cuiabá completa 305 anos com aumento significativo das temperaturas

Capital de Mato Grosso registra aumento de 3ºC na temperatura máxima desde a década de 40, alertando para os impactos das mudanças climáticas.


No dia em que comemora seus 305 anos de fundação, Cuiabá enfrenta não apenas o desafio de celebrar seu passado, mas também de lidar com as crescentes temperaturas que têm marcado a cidade. Com um recorde de temperatura máxima absoluta no país, atingindo os 44,2°C, a capital mato-grossense tem observado um aumento significativo nas temperaturas ao longo das décadas.

Segundo o climatologista e doutor em meteorologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques, desde a década de 40, a temperatura máxima da cidade subiu cerca de 3°C, conforme registros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Esse aumento, segundo Marques, é um indicador claro das mudanças climáticas que a cidade enfrenta.

“Na década de 40, chegou a fazer um calor na faixa de 41ºC. Desde o início das medições, houve um aumento de pelo menos 3 ºC na máxima absoluta, que é a maior temperatura já registrada”, explicou o especialista.

Os gráficos das medições ao longo das décadas mostram claramente o aumento das temperaturas máximas, especialmente nos meses mais quentes, entre agosto e dezembro. Além disso, Rodrigo aponta que a tendência é que as temperaturas continuem a subir, pois além do aumento das máximas, também houve elevação nas temperaturas mínimas da capital.

O que tem impulsionado esse calor extremo? De acordo com o professor, uma combinação de fatores contribui para esse cenário, incluindo o aquecimento global, a localização geográfica da cidade e a falta de vegetação.

“Temos a questão climática que afeta sim, mas Cuiabá é naturalmente uma cidade muito quente por estar mais próxima a linha do Equador e por estar em uma área mais baixa que o entorno, isso faz com que não tenha circulação de vento. Para ajudar, trocamos a vegetação por concreto, então uma cidade que naturalmente já é muito quente, fizemos com que se tornasse um pouco pior”, explicou.

Diante desse cenário preocupante, Rodrigo ressalta a importância de ações para reverter a situação, como o fim das queimadas e a recuperação da vegetação nativa da cidade. Ele aponta que a redução dos quintais sombreados e o padrão de construção das residências têm contribuído para o aumento das temperaturas internas das casas.

Em meio a esse contexto, Cuiabá registrou diversos recordes de temperatura nos últimos anos, com destaque para os 44,2°C atingidos em outubro de 2023, que colocaram a cidade entre as 10 maiores temperaturas já registradas no Brasil pelo Inmet. Esse novo recorde superou a marca de 44°C registrado em 30 de outubro de 2020, evidenciando a intensificação das ondas de calor na região.

O aumento das temperaturas, aliado aos desafios das mudanças climáticas, coloca Cuiabá diante de uma realidade que exige ações urgentes para mitigar os impactos e garantir um futuro sustentável para seus habitantes.

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Redação MT Política

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