A falta atípica de chuvas em 2023 em Mato Grosso continua a impactar municípios, principalmente aqueles cuja agricultura é a principal atividade econômica. Nesta semana, mais nove prefeituras emitiram decretos de situação de emergência devido à seca severa. Ao todo, mais de 20 cidades do estado já adotaram essa medida.
As prefeituras de Santa Carmen, Santo Afonso, Nova Maringá, Bom Jesus do Araguaia, Novo São Joaquim, Itanhangá, Paranatinga, Jaciara e Porto dos Gaúchos publicaram decretos no Diário Oficial dos Municípios.
Em Paranatinga, o prefeito Josimar Marques Barbosa justificou o decreto afirmando que a falta de chuvas “impedirá que os agricultores cumpram seus compromissos de financiamento dos cultivos e contratos futuros, causando situação de alerta e endividamento no comércio de insumos local, afetando a economia e a indústria, bem como causará reflexos sociais na população local”.
Em Itanhangá, o prefeito Edu Laudi Pascoski destacou que “a estiagem traz resultados expressivos econômicos e sociais, com intensidade na redução da produção de soja, milho, algodão e feijão, totalizando perdas significativas nas propriedades rurais”. Em algumas fazendas, já ocorreram perdas em parte do plantio.
Leonardo Faria Zampa, prefeito de Novo São Joaquim, relatou que “a base da economia do município é o setor agropecuário, onde a falta de chuvas provocou perdas significativas na lavoura, pastagem e pequenas produções de subsistência, implicando seriamente em perda e redução do receituário municipal”.
Exceto Itanhangá, todos os decretos têm validade de 90 dias, podendo ser prorrogados por mais três meses. Esses documentos são cruciais não apenas para acessar recursos do Estado e do Governo Federal, mas também para ajudar os produtores que precisam renegociar dívidas a comprovar a crise hídrica perante instituições de crédito e o Judiciário.