Imagens de satélite registraram a movimentação dos blocos que compõem o paredão do Portão do Inferno ao longo dos últimos anos em Chapada dos Guimarães, localizada a 43 km de Cuiabá. O ponto turístico tem enfrentado deslizamentos de terra recorrentes, levando à interdição parcial da MT-251.
Segundo o professor Caiubi Kuhn, alguns deslocamentos de pedras foram registrados no final de 2017 em pequena escala. No entanto, em 2019, o mapeamento constatou um movimento mais intenso dos blocos que compõem a escarpa, com alguns deles se deslocando até 100 metros.
O mapeamento foi realizado pelo Google Earth, utilizando satélites para registrar a movimentação das pedras. O professor destaca que fenômenos semelhantes podem ser observados em paredões de outros pontos de Mato Grosso.
Os deslizamentos na região se intensificaram em dezembro deste ano, resultando em três incidentes até o momento e levando o Governo de Mato Grosso a decretar emergência entre os km 42 e 48 da rodovia. O geólogo Fabiano Lima explica que as quedas, tombamentos e rolamentos de blocos podem ocorrer devido a fatores naturais e à movimentação humana, especialmente por estarem próximos às estradas.
Devido aos riscos de desmoronamentos, a passagem de veículos pesados e ônibus de viagem foi proibida no trecho. Atualmente, apenas automóveis leves são permitidos, trafegando em meia pista. Motoristas têm buscado rotas alternativas, enfrentando atoleiros e um percurso de quase duas horas. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) e a Defesa Civil monitoram a área e planejam instalar uma cortina de contenção para evitar novos deslizamentos, mas ainda não há uma data definida para a intervenção.
