Há 27 anos, a notícia de que um avião com destino ao Aeroporto de Guarulhos se chocou contra a Serra da Cantareira, em São Paulo, marcava para sempre a história da música brasileira. O acidente matou dois tripulantes e sete passageiros, todos integrantes ou assistentes do Mamonas Assassinas, banda de rock que vivia um momento de glória na carreira, após anos lutando pelo sucesso. É justamente nesse esforço para ascender profissionalmente que Mamonas Assassinas: O Filme se concentra.
O filme que chega nesta quinta-feira (28/12) aos cinemas é uma homenagem sensível ao carisma, talento e principalmente criatividade de Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Samuel e Sérgio Reoli para superar adversidades. Mesmo ficcional, o longa consegue captar bem a essência da banda e o barulho que o grupo causou nos poucos meses em que ficou em atividade. O acidente aéreo que marcou a memórias dos fãs fica para o final nada feliz.
Um dos pontos altos é do longa nacional é a caracterização dos personagens. Ruy Brissac, por exemplo, carrega para além de uma semelhança impressionante com Dinho, a presença de palco e o bom humor do cantor. “E cada vez que eu estudo mais o personagem, mais eu me identifico”, diz Ruy em entrevista ao Metrópoles. “Sempre me falaram que eu parecia o Dinho e outras pessoas como o Patrick Swayze, o Paulo Ricardo…”
Antes de interpretar Dinho nos cinemas, ele viajou o país com o musical sobre a banda. “Quando eu entrei na sala de audições lembro que a bancada ficou em choque. Acho que eu era o segundo ator tentando uma vaga no musical e eles ficaram chocados em como eu era parecido com o Dinho. Quando eu abri a porta para descer as escadas eu vi tanto Rui, tanto Dinho”, brinca ele.
Beto Hinoto, o Bento, teve uma ajudinha do DNA. Sobrinho do famoso guitarrista do Mamonas, o ator e músico nasceu em 1998, dois anos após o trágico acidente da banda, e não pode contar com memórias do tio. “Eu tive uma banda cover do Mamons (…) Então interpretar o Bento no palco seria fácil pra mim. Só que para fazer o lado dele humano, eu tive conversar bastante com a minha família mesmo, até porque eu não tinha muitas histórias deles. Meu pai nunca falou muito dele, era mais sobre ele e os Mamonas”.