Apesar de possuir um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 12,8 bilhões, aproximando-se de alguns estados brasileiros, a cidade de Rondonópolis enfrenta uma preocupante redução em sua capacidade de honrar compromissos financeiros. O déficit primário de R$ 71,23 milhões registrado até agosto de 2023 pela gestão do atual prefeito, José Carlos do Pátio (PSB), coloca em xeque a sustentabilidade da dívida municipal, prejudicando a confiança do mercado.
O déficit primário, que representa a diferença entre receitas e despesas, desconsiderando os gastos com juros, compromete não apenas o pagamento de dívidas anteriores, mas também restringe a capacidade do município de acessar novas linhas de crédito. A condição financeira desfavorável levou o prefeito a recorrer a um financiamento de R$ 55 milhões junto ao Banco do Brasil, com uma taxa de 219% da CDI, resultando em encargos de juros impressionantes, acima de 26% ao ano.
Apesar do orçamento anual que ultrapassa os R$ 2 bilhões desde 2022, colocando Rondonópolis entre os três maiores do Brasil para municípios com menos de 250 mil habitantes, a dívida consolidada líquida da cidade aumentou consideravelmente nos últimos anos, chegando a R$ 111 milhões. Desde que reassumiu o comando em 2017, o prefeito Pátio inverteu a relação entre o que tem em caixa e as dívidas, culminando em uma situação financeira desafiadora.
O pré-candidato a prefeito, Cláudio Paisagista (PL), alertou sobre esses números, expondo a crescente dívida e déficit financeiro. No entanto, Pátio moveu um processo judicial contra Paisagista, temporariamente impedindo a discussão pública sobre o tema. Com a estimativa de herança de aproximadamente R$ 1 bilhão em passivos para o próximo prefeito, a cidade de Rondonópolis enfrenta o desafio de reverter sua realidade fiscal, evitando um cenário caótico semelhante ao de Cuiabá.