O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) revelou, nesta terça-feira (12), detalhes de um esquema fraudulento envolvendo os empresários Luiz Gustavo Castilho Ivoglo e Osmar Gabriel Chemim na 1ª Fase da Operação Espelho. As investigações apontam que os dois uniram suas empresas, LGI Serviços Médicos Ltda e Bone Medicina Especializada Ltda, para concorrerem e vencerem licitações abertas pelo governo do Estado na área de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
Os empresários, que já eram investigados, teriam articulado um plano para prejudicar a concorrência e garantir o monopólio do grupo nos contratos de prestação de serviços médicos e hospitalares em Mato Grosso. O esquema teria envolvido a manipulação de licitações, pagamento de propinas, boletins de ocorrência contra concorrentes, entre outras práticas ilícitas.
De acordo com a denúncia do MPMT, Luiz Gustavo e Osmar combinaram preços, sem qualquer pesquisa de mercado ou competitividade, resultando em um “jogo de cartas marcadas” para a distribuição das contratações com o poder público. A fraude envolveu superfaturamento por inexecução, pagamentos de plantões médicos não comprovados, entre outras irregularidades.
O grupo teria criado um grupo de conversas em um aplicativo de mensagens chamado ‘UTI AF/HRCOL/SORRISO’, dando início ao esquema de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos. A denúncia destaca que, independentemente de qual empresa fosse vencedora da licitação, o lucro seria destinado a todos os envolvidos.
Na Operação Espelho, 22 médicos foram denunciados, incluindo Luiz Gustavo e Osmar Gabriel, e quatro empresas foram investigadas: LGI Médicos Ltda, Bone Medicina Especializada Ltda, Organização Goiana de Terapia Intensiva Ltda e Intensive Care Serviços Médicos Ltda. O MPMT requer a reparação dos danos causados aos cofres públicos na ordem de R$ 57,5 milhões e a declaração da perda dos cargos públicos de três denunciados.
A Operação Espelho foi realizada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e revelou um esquema de fraudes em hospitais de Mato Grosso, envolvendo empresas e agentes públicos. A ação ocorreu em duas fases e mirou um suposto cartel formado por empresas com o intuito de fraudar contratos com a Secretaria de Estado de Saúde (SES).