Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, secretária adjunta de Gestão Hospitalar da Secretaria de Estado de Saúde (SES), uma das investigadas na Operação Espelho, foi acusada de pressionar uma servidora pública para que ela atestasse que a LB Serviços Médicos havia cumprido o contrato para receber os pagamentos. Essa empresa cometia várias ilegalidades, como a não disponibilização da quantidade de médicos prevista na licitação.
A denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) sobre o “cartel da saúde” revela que Caroline pressionou a servidora para atestar o atendimento realizado pela LB Serviços Médicos, mesmo ciente das irregularidades na execução dos contratos. A servidora, que relatou as irregularidades, fez o reconhecimento de Caroline por foto, indicando-a como a responsável pelo assédio para atestar o contrato.
A diretora do Hospital Metropolitano, onde ocorreram as fraudes, afirmou em seu depoimento que Caroline era responsável por gerir os contratos e que conversou algumas vezes a respeito das irregularidades apontadas pela diretoria. Para o MPE, os atestados de recebimento falsificados serviram como uma “cortina de fumaça”, promovendo aparência de regularidade na execução dos contratos que não ocorreu. O grupo criminoso instalado na administração pública, segundo o MPE, é uma das modalidades criminosas mais preocupantes e perniciosas.