Desde o fim do mês passado, a Delegacia de Itu está investigando denúncias de desvio de cerca de R$ 25 milhões das contas das empresas que Alexandre Correa tem com Ana Hickmann, sua ex-mulher. As queixas foram feitas pela apresentadora do Hoje em Dia, da Record, depois que resolveu desabafar sobre as agressões sofridas dentro de casa.
De acordo com o Notícias da TV, o empresário teria falsificado assinaturas da mulher em cheques e diversos contratos de empréstimos, desde 2018. A defesa de Alexandre Correa, que nega as acusações, entrou com pedido de habeas corpus para suspender a investigação policial.
Ainda segundo o site, a investigação foi iniciada, no último dia 29, pela delegada Marcia Pereira Cruz a pedido da promotora de Justiça Mariane Monteiro Schmid, após análise da notícia-crime de Ana Hickmann contra o, agora, ex-marido. No mesmo documento, a apresentadora relatou as agressões e intimidações sofridas por ela, no dia 11 de novembro.
O portal teve acesso a um documento dos advogados de Ana Hickmann, no qual ela aponta a suspeita de “lavagem de dinheiro” e de “associação criminosa” com duas funcionárias das empresas dos dois e, inclusive, com cartórios, que teriam reconhecido firmas que a apresentadora afirma não ter assinado.
A reportagem revela, também, que a crise no casamento de Ana Hickmann e Alexandre Correa se estende desde o início deste ano por conta dos problemas financeiros. O documento conta, ainda, que a situação piorou na metade de 2023, quando a apresentadora recebeu a primeira de uma série de cobranças judiciais, de um empréstimo de mais de R$ 400 mil do Banco Safra.
Uma semana antes da briga, que terminou em agressão, Ana Hickmann pediu à amiga, Daniella Marques Consentino, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, que analisasse documentos encontrados em gavetas de seu escritório. O texto conta que a apresentadora descobriu, então, que Alexandre havia formalizado “diversos instrumentos particulares de confissão de dívida e contratos de mútuo com pessoas físicas e jurídicas mediante inserções de assinaturas falsas de Ana, o que viabilizou o recebimento –novamente sem ciência ou anuência da noticiante– de pelo menos R$ 25 milhões, fortuna cuja destinação é desconhecida, mas que, certamente, não ingressou na contabilidade da noticiante ou das pessoas jurídicas por ela geridas”.
A notícia-crime apresentada por Ana Hickman detalha que ela era vítima de violência doméstica com o “objetivo de garantir a impunidade de delitos pretéritos ou, por outro prisma — dentro de um quadro de permanente sofrimento psicológico que caracteriza a violência de gênero — até mesmo para facilitar o cometimento de delitos”.
A matéria relata, ponto a ponto, as assinaturas de Ana Hickmann que ela afirma não reconhecer. São elas: em um cheque de R$ 55 mil do Banco Bradesco pré-datado em setembro de 2022 para 23 de setembro de 2023; Ana como avalista de empréstimo de R$ 1.051.430,44, no Banco do Brasil, para a empresa Hickmann Serviços, em 22 de setembro de 2022; em autorização para consulta ao Sistema de Informações de Crédito do Banco Central em 11 de novembro de 2021; como devedora solidária e representante legal da Hickmann Serviços, todas com reconhecimento de firma no 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo, em sete contratos de mútuo com o empresário Vanderlei Moreira, totalizando R$ 2.388.694,33, entre abril de 2021 e junho de 2022; Ana como fiadora de contrato de mútuo com a empresa Ênfase Ice Propaganda, no valor de R$ 4,8 milhões, em 19 de setembro de 2023; e Ana como interveniente anuente/avalista e representante legal da Hickmann Serviços em instrumento de confissão de dívida em favor de Wanderley Venere Boventi, em 27 de setembro de 2023.
A promotora Mariane Monteiro Schmid afirmou haver necessidade de investigação policial para se tipificar os crimes e pediu perícia nos cheques e contratos apresentados.
Advogado de Alexandre Correa rebateu as acusações
Em contato com o Notícias da TV, Enio Martins Murad, advogado do ex-marido de Ana Hickmann, rebateu as acusações e afirmou que a apresentadora tinha, sim, conhecimento desses documentos e que assinou todos eles. O representante disse, ainda, que ela está tentando transformar o empresário em vilão e, assim, tentar se livrar das dívidas.PUBLICIDADEEnio Martins Murad disse também que os problemas nas empresas do, agora, ex-casal se iniciaram durante a pandemia da Covid-19, quando seu cliente estava em tratamento contra um câncer e, por isso, ficou afastado dos trabalhos.
Durante a crise mundial de saúde e a doença de Alexandre Correa, segundo o advogado, as empresas passaram por uma grande expansão, e a marca “assumiu obrigações maiores do que poderia assumir”. Essa decisão, somada ao fechamento de lojas e franquias, agravou o quadro financeiro. O representante contou que quando Alexandre voltou ao comando das empresas, teve que fazer empréstimos para tentar solucionar os problemas.
Por todas essas questões, Murad e a advogada Diva Nogueira entraram na Justiça com dois pedidos: extinção do inquérito policial e habeas corpus com pedido de liminar para suspender o inquérito, argumentando que seu cliente está sofrendo “constrangimento ilegal”.