O jornalista e professor Bruno Araújo está no centro de um processo judicial movido pelo deputado federal Abílio Brunini (PL). A ação foi motivada por uma análise realizada por Araújo durante uma entrevista a um site de notícias, na qual ele rotulou o gesto de supremacia branca feito pelo deputado como “apito de cachorro”. O incidente ocorreu em novembro deste ano, durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
A controvérsia se desenrola em torno de um gesto feito por Abílio Brunini, conhecido como “ok invertido”, que carrega conotações associadas a movimentos de supremacia branca e de extrema direita. Este gesto foi amplamente condenado por entidades internacionais que combatem o discurso de ódio e gerou intensa repercussão na imprensa nacional, envolvendo diversos especialistas, incluindo o jornalista e pesquisador Bruno Araújo.
No exercício de sua expertise nos estudos de mídia e populismo, Bruno Araújo, a pedido do veículo de comunicação, analisou o possível significado do gesto do deputado. Essa análise, no entanto, resultou em uma ação judicial movida por Abílio Brunini, que alega difamação.
O deputado, alvo de críticas de outras mídias e especialistas, se defendeu das acusações, afirmando que o gesto era uma solicitação por mais três minutos durante a sessão da CPI.
Diante desse cenário, os professores e professoras do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGCOM/UFMT), instituição à qual Bruno Araújo está vinculado, emitiram uma nota de apoio e contestação à ação judicial movida pelo deputado. A universidade reforça o compromisso com a liberdade de expressão e o papel crítico da academia na análise de eventos de interesse público.