Em seu primeiro evento público após a recente viagem de duas semanas à China, o governador Mauro Mendes, do Estado do Mato Grosso, abordou as solicitações da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) para seu afastamento ou intervenção no Governo do Estado. Os pedidos são baseados em alegações de “ataques” do governador ao livre exercício do jornalismo, envolvendo processos judiciais e investigações policiais contra profissionais da imprensa.
Durante a posse do conselheiro Sérgio Ricardo de Almeida como presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Mauro Mendes classificou tais pedidos como sem fundamento. Ele questionou se processar jornalistas que disseminam informações falsas e calúnias seria considerado perseguição, citando casos em que alguns jornalistas já foram condenados.
Sobre a operação que envolve seu filho, o governador considerou-a um “grande equívoco” e expressou confiança de que a verdade seria esclarecida nos autos. Ele admitiu que a ação tem como objetivo atingi-lo e mencionou outras investigações contra suas empresas, Ararath e Casa de Pedra, que foram arquivadas no passado.
Ao abordar possíveis motivações políticas por trás das acusações, Mauro Mendes admitiu o odor de armação, mas ressaltou a necessidade de certeza antes de acusar alguém.
Entenda o caso: Empresas ligadas ao filho do governador foram apontadas pela Polícia Federal como compradoras de mercúrio ilegal, utilizado na extração de ouro. A operação Hermes II identificou uma extensa cadeia organizada envolvida no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro na Amazônia, com um prejuízo inicial estimado em mais de R$ 5 bilhões aos cofres públicos. A PF solicitou o bloqueio de mais de R$ 2,9 bilhões dos investigados.
