O empresário Luis Antônio Taveira Mendes, alvo da Operação Hermes da Polícia Federal, renunciou ao cargo de diretor na Kin Mineradora Ltda, uma semana após a revelação de sua investigação pelo Jornal A Gazeta. Documentos na Junta Comercial de Mato Grosso mostram que a renúncia foi protocolada em 19 de julho, 10 dias após a reportagem. A empresa também passou por alteração contratual, isentando o filho do governador de responsabilidades sobre atos praticados durante sua gestão.
A renúncia foi oficializada em 26 de julho, mas o documento de alteração contratual é datado de 31 de março de 2023 e foi protocolado após a notícia da investigação pela PF. A alteração contratual isenta Luis Mendes de responsabilidades pelos atos praticados durante sua gestão na mineradora.
A compra de R$ 309.1 mil em mercúrio contrabandeado pela Kin Mineradora em 2022 foi revelada pela imprensa. Luis Mendes também é sócio na Mineradora Aricá, outra empresa investigada por adquirir mercúrio ilegal da China e Bolívia, usando notas fiscais de bolas de ferro para burlar a fiscalização.
Após a exposição na mídia, a Kin Mineradora foi incorporada pela Mineradora Aricá, com a alegação de corte de despesas, pois os sócios eram os mesmos. A Aricá, no entanto, também está sob investigação na Operação Hermes. A PF descobriu que a Kin adquiria mercúrio ilegal e repassava para a Aricá, que também comprava a mercadoria ilegal e recebia notas fiscais de compra de bolas de ferro. A Aricá não possuía Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP) e nunca declarou compra de mercúrio no sistema de controle do Ibama.