O renomado professor Ali Veggi Atala, docente do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e ex-diretor do campus de Cuiabá, encontra-se no epicentro de uma investigação conduzida pela Polícia Federal, que o aponta como integrante ativo de uma quadrilha especializada na venda ilegal de mercúrio. A Operação Hermes (Hg) II revelou sua participação, desvendando um esquema complexo que inclui transporte clandestino do metal da Bolívia para o Brasil.
De acordo com as apurações, Ali Veggi Atala é pai de Arnoldo Veggi, identificado como líder da quadrilha. Ambos são acusados de comercializar mercúrio para garimpos sem a devida documentação fiscal, muitas vezes utilizando empresas de fachada e nomes fictícios de produtos para burlar as leis vigentes.
O professor utilizava a empresa ADMF Comércio e Serviços Ltda como fachada para tentar importar o mercúrio da Bolívia. O metal era ocultado em veículos, seguindo um modus operandi semelhante ao utilizado para o contrabando de cocaína do país vizinho para o Brasil.
O inquérito policial destaca a atuação de Ali na coordenação da introdução maciça de mercúrio ilegal no Brasil, orientando seu filho a adaptar veículos para o transporte clandestino. Trechos do documento mencionam que o professor sugeriu a utilização de carretinhas para levar mercúrio a cada dois ou três dias, minimizando riscos.
Na primeira fase da Operação Hermes, em dezembro de 2022, Ali Veggi Atala foi detido com 34,5 quilos de mercúrio, distribuídos em 56 tonéis. Investigações posteriores indicam que a quadrilha estudava métodos inovadores para “importar” o mercúrio, incluindo a injeção do material em objetos como martelos, para evitar detecção em fiscalizações.
Além disso, o professor é acusado de suborno, tendo pago aproximadamente R$ 1.200 a um funcionário público em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, para facilitar as operações da empresa Quimmerx e viabilizar o transporte do mercúrio para o Brasil.
As investigações apontam que Ali Veggi Atala estava diretamente envolvido na parte comercial que abrange Brasil, Bolívia e México, explorando novas rotas clandestinas. Seu suposto envolvimento em transações financeiras com as empresas sob investigação também é destacado, sugerindo um constante benefício econômico por parte do professor nas atividades ilícitas em questão. O caso continua sob escrutínio das autoridades.