A recente ação da Operação Hermes (Hg) II revelou uma intricada rede de financiadores por trás do esquema de venda ilegal de mercúrio, utilizado em garimpos. Sete empresários e servidores públicos foram identificados como peças-chave no esquema, contribuindo para o acobertamento e contrabando do mineral.
José Eduardo Miranda, um dos principais financiadores, movimentou cerca de R$ 2 milhões no comércio ilegal de mercúrio. O dinheiro era enviado ao Grupo Veggi, liderado por Arnoldo Veggi, através de boletos de empresas de fachada e “laranjas” que cediam seus nomes para operações financeiras.
Juliano Garruti de Oliveira adotou a mesma tática, fracionando o envio de R$ 474 mil para as empresas J.S. Torres, Quimar e ADMF. Já Edy Veggi Soares, além de financiar a compra ilegal de mercúrio da Bolívia, coordenava o envio de dinheiro para o exterior, auxiliando na logística e estoque do material contrabandeado.
Surpreendentemente, o veterinário Guilherme Motta Soares investiu mais de R$ 600 mil nos crimes, utilizando até criptomoedas, prática incompatível com seus ganhos profissionais. Marcelo Coelho Miranda, funcionário da Caixa Econômica Federal desde 2011, movimentou mais de R$ 550 mil em transações ligadas à quadrilha.
Jefferson Dias Castedo, conhecido como Jefinho, desempenhava o papel de contador do grupo e investiu na compra de mercúrio, participando ativamente da negociação, transporte e pagamentos. Por fim, Marcos Vinícius Taques Arruda, pró-reitor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), investiu R$ 219,1 mil e recebeu R$ 630,7 mil das empresas vinculadas a Arnoldo.
A Operação Hermes (Hg) II, deflagrada na última quarta-feira, resultou na execução de 34 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Amazonas, Rio de Janeiro e São Paulo. O esquema de contrabando de mercúrio para garimpos contava até mesmo com a participação de Luis Antônio Taveira Mendes, filho do governador Mauro Mendes, que também foi alvo das investigações.