PF cita mercúrio ilegal em ‘grandes’ mineradoras de MT

Nesta manhã, a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) detalharam a fase dois da Operação Hermes, que foi deflagrada com o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Cuiabá, Alta Floresta, Peixoto de Azevedo, Poconé, Cáceres, Pontes e Lacerda, Nossa Senhora do Livramento e Nova Lacerda, além de buscas em outros estados, como Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro. O esquema criminoso desmantelado estava envolvido no contrabando de mercúrio para o uso em garimpos ilegais, principalmente na região da Amazônia, contando com financiadores e compradores.

A investigação que resultou na Operação Hermes fase dois começou em 2022 após informações sobre a utilização incorreta de créditos de mercúrio no sistema federal. Isso levou os investigadores a uma empresa em Paulínia (SP) que funcionava como uma recicladora de mercúrio, adquirindo produtos que continham esse elemento e extraindo-o. No entanto, a quantidade de mercúrio declarada pela empresa levantou suspeitas, pois era desproporcional ao volume de mercúrio vendido.

De acordo com a polícia, no Brasil, o mercúrio só pode ser obtido através da reciclagem de produtos ou importação, e a quantidade relatada pela empresa inicialmente investigada estava em desacordo com o volume comercializado. A investigação progrediu, revelando financiadores que viabilizavam o tráfico ilegal de mercúrio, possibilitando sua distribuição para garimpos.

Além disso, foi constatado que algumas das maiores mineradoras de ouro do Brasil estavam comprando mercúrio ilegal. A situação era alarmante, uma vez que a quase totalidade das atividades de mineração de ouro do país operava com mercúrio contrabandeado ou obtido de reciclagem, causando sérios impactos ambientais.

A Justiça autorizou o sequestro e a indisponibilidade de bens dos envolvidos, no valor de mais de R$ 2,9 bilhões, destinados à reparação dos danos ambientais causados por esse esquema criminoso. As fianças estabelecidas alcançaram 200 salários mínimos. A operação revelou uma trama perigosa e amplamente prejudicial ao meio ambiente, exigindo ação imediata para reverter os danos causados.

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Redação MT Política

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