Empresário vinculado ao delator dos desvios na Seduc questiona resultado de licitação em Mato Grosso

Um empresário associado ao delator dos desvios na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) investigados pela Operação Rêmora, Miguel Guizardi Junior, entrou com uma ação para questionar o resultado de uma licitação para a pavimentação da MT-246, na região da comunidade de Água Fria, em Chapada dos Guimarães, localizada a 67 km ao norte de Cuiabá.

A Guizardi Júnior Construtora e Incorporadora, empresa de Miguel Guizardi Junior, inicialmente venceu a licitação, porém, foi posteriormente desclassificada devido à não apresentação da documentação necessária no prazo estipulado no edital. Na época, a empresa alegou que o sistema para o envio da documentação estava fora do ar.

Apesar das alegações do empresário, o Judiciário não deferiu o pedido, argumentando que, com base nos fatos apresentados e nos documentos fornecidos, não foram identificados os requisitos para a concessão da liminar. O tribunal também afirmou que o impetrante não conseguiu demonstrar de forma convincente irregularidades no ato administrativo da autoridade em questão, nem apresentou evidências da suposta conduta maliciosa atribuída ao agente público.

A obra agora será realizada pela Fratello Engenharia Ltda, uma empresa relacionada ao deputado estadual Carlos Avalone Junior (PSDB).

Miguel Guizardi Junior é o pai de Giovani Belatto Guizardi, proprietário da Dínamo Construtora e operador das fraudes na Secretaria de Educação durante a gestão de José Pedro Taques. As duas construtoras, Guizardi Junior e Dínamo, têm seus endereços no mesmo local, situado no bairro Parque Ohara.

Giovanni Guizardi fechou um acordo de delação premiada em dezembro de 2016, admitindo sua participação no esquema de desvio de verbas na Seduc, onde teria recebido mais de R$ 1 milhão em propina. O grupo criminoso teria sido criado em 2015 para arrecadar recursos visando quitar dívidas de campanha das eleições de 2014. Parte do dinheiro desviado correspondia aos pagamentos feitos pela Seduc a empresas que executavam obras e reformas em escolas. A quantia arrecadada teria sido usada para pagar as dívidas do então governador Pedro Taques (SD). Giovanni também forneceu informações sobre a participação de figuras como o ex-secretário de Educação Permínio Pinto, o empresário Alan Malouf e diversos funcionários públicos no esquema.

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Redação MT Política

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