Mesmo com uma arrecadação em alta nos últimos, o município de Rondonópolis (212 KM ao sul de Cuiabá) não vem sendo sinônimo de eficiência e a cidade amarga um resultado fiscal aquém de ‘concorrentes’, que são cidades que disputam a atenção de investidores consigo.
O Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), por exemplo, deu um salto de mais de 100% de arrecadação entre 2017 e 2022, período em que o atual prefeito, José Carlos do Pátio (PSB), assumiu a cidade. O imposto, porém, não é o único que cresceu drasticamente em suas mãos.
Entretanto, na relação sobre o que entra e sai do caixa rondonopolitano, sobrou apenas 4,9% de todo o montante, em 2022. Mesmo que pareça um quadro positivo, o número é tímido, perto dos 15,5% de Lucas do Rio Verde, dos 18,9% de Sinop, dos 12,2% de Sorriso e dos 20,1% de Tangará da Serra.
O quadro é ainda mais intrigante quando se observa que Rondonópolis registrou orçamento de mais de R$ 2,1 bilhão em 2023, uma referência nacional para cidades do seu porte. Boa parte desse dinheiro veio do bolso do contribuinte. Só o IPTU tirou de circulação R$ 94,1 milhões em 2022, o que representou mais do que o dobro do que os R$ 45 milhões recolhidos em 2017, primeiro ano de trabalho da atual administração.
O principal imposto local, contudo, em relação ao volume arrecadado, é o ISSQN, diretamente ligado ao setor de serviços. Este tributo saltou de R$ 77,9 milhões, em 2017, para R$ 148,9 milhões, em 2022.
Em relação a este setor, entretanto, ainda existe a Taxa pela Prestação de Serviços, que ganhou força nos últimos exercícios e saiu de R$ 2,6 milhões, em 2017, para contabilizar a entrada de R$ 33,9 milhões em 2022, uma evolução surpreendente de 1.200%.
Percentualmente falando, outras arrecadações também chamam atenção pelo crescimento estrondoso. Caso do ITBI, aplicado na transmissão de bens e imóveis, que evoluiu quase 300% em seis anos e representou R$ 40,2 milhões, em 2022.
Além desse quadro, ainda há o chamado ‘restos a pagar’, que são despesas arroladas de um ano para o outro. Neste assunto, a conta de R$ 161 milhões, que ficou de 2017 para 2018, pulou para uma realidade de mais de R$ 1 bilhão que restaram a quitar na passagem de 2022 a 2023.