A Polícia Militar demitiu o cabo Lucélio Gomes Jacinto de suas fileiras após sua condenação a mais de 20 anos de prisão pela morte do tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, ocorrida em maio de 2017 durante uma operação policial em Matupá. A demissão foi oficializada no Diário Oficial nesta sexta-feira (22) e foi assinada pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes.
A decisão de demissão foi tomada pela Corregedoria Geral da Polícia Militar e não se baseou apenas na condenação judicial do cabo Jacinto. Ele foi condenado em agosto deste ano a 21 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pela morte do tenente Scheiffer, sendo esse o segundo julgamento do caso. No primeiro julgamento, que foi anulado, a pena havia sido um pouco mais de 20 anos de prisão.
De acordo com a acusação, o tenente Scheiffer foi morto em uma emboscada armada pelo colega de farda durante uma ação para combater o “novo cangaço”. A pena do cabo Jacinto foi agravada devido às qualificadoras, que incluíam o fato de o crime ter sido cometido por um agente da segurança, ter sido motivado por razões fúteis, a tentativa de ocultar o motivo da morte, ter sido executado em forma de emboscada e ter ocorrido enquanto ele estava em serviço.
O juiz militar 1º tenente PM Douglas Vicente Norimatsu Sakata, em seu voto, descreveu Jacinto como um militar desafiador, insubmisso e impulsivo. Ele mencionou que o cabo tirou a vida de um superior hierárquico devido ao temor das repercussões decorrentes de outra ação ilícita que havia cometido no dia anterior, ligada à morte de Marconi Souza Santos. Além disso, o juiz destacou a falta de remorso por parte de Jacinto após o crime, evidenciando sua insensibilidade e indiferença em relação à sua ação.
