O Ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), evitou entrar em polêmica em resposta à denúncia feita pelo senador Jayme Campos (União) sobre uma suposta “quadrilha” que estaria tentando dominar a exportação de carne do Brasil para a China, com o apoio do ministério. Durante uma entrevista à imprensa, Fávaro afirmou que o ministério está disposto a prestar informações e negou qualquer irregularidade no processo.
Fávaro ressaltou que a concentração em setores específicos da economia é algo natural em todo o mundo e mencionou a existência do CAD (Certificado de Aprovação de Despacho) como uma ferramenta para verificar a situação. Ele afirmou: “Se ele [Jayme Campos] precisar saber de alguma informação, o ministério, com total lisura, está à disposição. A concentração em determinado setores da economia é natural no mundo, por isso tem o CAD para poder verificar.”
Essas declarações foram feitas em resposta às alegações do senador Jayme Campos de que Fávaro estaria agindo em benefício de interesses pessoais, favorecendo grandes grupos econômicos. Jayme apontou que, na lista mais recente de habilitação de exportação para a China, o Mapa incluiu um frigorífico da JBS-Friboi em Diamantino (MT), que está fechado desde junho devido a um incêndio.
O caso também foi denunciado na Câmara Federal pelo deputado coronel Alberto Fraga (PL), que acusou Fávaro de favorecer os frigoríficos JBS e Minerva, sugerindo a existência de um cartel dentro do ministério.
Carlos Fávaro justificou a inclusão do frigorífico da JBS-Friboi na lista, explicando que a ordem da lista era cronológica e que a unidade atingida pelo incêndio só seria habilitada se estivesse operacional quando fosse acionada no processo. Ele também enfatizou a importância de não prejudicar um empreendimento que gera centenas de empregos em Mato Grosso, afirmando que seria injusto deixá-lo de fora.
Em resumo, o Ministro da Agricultura negou qualquer irregularidade no processo de exportação de carne para a China e defendeu a inclusão do frigorífico da JBS-Friboi na lista, argumentando que a ordem era cronológica e que a unidade seria habilitada apenas se estivesse em funcionamento no momento apropriado. Ele também destacou a importância econômica da empresa para o estado de Mato Grosso.