No dia da última quarta-feira (20), o empresário R.G.S., apontado como o líder da infame “gangue do chicote”, foi alvo da Operação Piraim e detido após a divulgação de um vídeo em maio deste ano que viralizou nas redes sociais, mostrando um homem sendo chicoteado como forma de cobrança de uma dívida. No entanto, surpreendentemente, o mandante dessa sessão de tortura foi liberado em uma audiência de custódia com menos de 24 horas de prisão. A decisão de soltura foi proferida pelo juiz João Bosco Soares da Silva.
O grupo criminoso, conhecido por suas táticas brutais de cobrança de dívidas de agiotas, veio à tona quando o vídeo chocante do homem sendo chicoteado se tornou público. O crime ocorreu em fevereiro, mas a vítima na época não registrou um boletim de ocorrência por temer represálias dos agressores.
Além das agressões físicas, os membros da gangue recusaram a libertar o devedor mesmo após o pai da vítima tentar intervir, oferecendo um veículo avaliado em R$ 80 mil como forma de pagamento. No entanto, a dívida era superior a esse valor, e o devedor permaneceu sob custódia do grupo. Somente a intervenção da Polícia Militar, acionada pelo pai do agredido, conseguiu dispersar os criminosos.
Na Operação Piraim, seis homens foram presos, mas o sétimo membro da quadrilha, Ailton Alex Nunes, também conhecido como “Alex Bafo”, faleceu em julho deste ano em um acidente de moto na rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães (MT-251).
Embora o empresário tenha sido solto na audiência de custódia, ele está sujeito a medidas cautelares, como a proibição de deixar a cidade sem autorização judicial e a ordem de não manter contato com a vítima e outros investigados. A decisão de sua libertação gerou controvérsia e questionamentos sobre o sistema de justiça criminal.