Médicos são denunciados por homicídio culposo após morte de vendedora em Clínica de Estética em Cuiabá

Os médicos Alexandre Rezende Veloso, Klayne Moura Teixeira de Souza e Christiano Camargo Prado foram formalmente denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPMT) à Justiça por homicídio culposo em decorrência da trágica morte da vendedora de veículos Keitiane Eliza da Silva, de 27 anos, ocorrida em 14 de abril de 2021. A vítima faleceu após submeter-se a três procedimentos estéticos na Clínica Valore Day, situada em Cuiabá.

Keitiane havia desembolsado a quantia de R$ 50 mil para realizar os procedimentos estéticos. Na época dos fatos, os advogados da família da vítima alegaram que os médicos ignoraram as recomendações de suspender cirurgias que não fossem urgentes ou emergenciais.

Em janeiro deste ano, a Polícia Civil indiciou o cirurgião plástico Alexandre e os anestesistas Klayne e Christiano após a conclusão da perícia, que apontou que Keitiane faleceu devido a uma hemorragia resultante de um distúrbio na coagulação sanguínea, desencadeado por complicações da covid-19, doença contraída pela vítima pouco antes dos procedimentos cirúrgicos.

Segundo a investigação conduzida pela Polícia Civil, Keitiane passou por exames pré-operatórios que, na época, indicaram sua aptidão para a cirurgia. Durante esses exames, foi identificada uma pequena mancha no pulmão (vidro fosco), que, no entanto, não foi considerada um fator impeditivo para a realização dos procedimentos estéticos.

Após as cirurgias de lipoaspiração, mastopexia e abdominoplastia, Keitiane começou a sentir-se mal, com falta de ar, já quando estava no quarto do hospital. Os médicos fizeram uma reavaliação para verificar a presença de eventuais complicações no pós-operatório.

No entanto, a paciente sofreu uma parada cardíaca, e somente no final da madrugada de 14 de abril de 2021, a equipe médica conseguiu uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em outra unidade particular de Cuiabá. O hospital onde as cirurgias plásticas foram realizadas não dispunha de leito de UTI disponível na ocasião.

Os médicos agora enfrentarão a Justiça sob a acusação de homicídio culposo em relação à morte de Keitiane, cuja trágica história ressalta a importância da devida avaliação dos riscos e condições de saúde dos pacientes antes de procedimentos cirúrgicos.

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Redação MT Política

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