Cinco guardas civis municipais (GCMs) da cidade de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, confessaram à Polícia Civil que presenciaram uma sessão de tortura promovida pelo ex-subcomandante da guarda, Emanuel Formagio, de 43 anos, em que ele obrigou um jovem a fazer sexo oral no amigo, ocorrido em maio deste ano. Formagio é o único envolvido no caso que ainda está foragido, completando 42 dias de fuga.
No início das investigações, os cinco guardas, que foram presos a pedido da polícia, negaram ter conhecimento sobre o caso. No entanto, em um novo depoimento, eles admitiram a ocorrência da tortura. Segundo o delegado Luís Hellmeister, responsável pela investigação, os GCMs alegaram que não participaram diretamente da tortura, mas foram ameaçados de morte por Formagio caso revelassem o ocorrido.
O delegado Hellmeister afirmou que o caso “está redondo”, com a investigação concluída, restando apenas a prisão de Formagio. Ele descreveu o ocorrido como um “absurdo” em seus 47 anos de carreira na Polícia Civil.
A reportagem tentou entrar em contato com as defesas dos guardas envolvidos, mas não obteve sucesso até o momento. O secretário da Segurança da cidade e a Prefeitura de Itapecerica da Serra não se manifestaram sobre eventuais medidas contra os GCMs.
Emanuel Formagio, que era integrante da Romucam (Ronda com Motos), teve sua prisão decretada em 10 de agosto, enquanto os outros cinco GCMs que presenciaram a tortura foram presos em 15 de agosto. A violência ocorreu durante uma abordagem na Rua Benedito Pereira Rodrigues, quando os jovens estavam empinando motos na via. Parte da violência foi registrada por familiares das vítimas.
O Metrópoles apurou que apenas um dos rapazes foi forçado a realizar o ato sob ameaça, o que gerou um profundo trauma na vítima, levando-a a tentar o suicídio desde então.